Em sua 27ª edição, a Operação Curupira, coordenada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de Murici, bateu seu recorde de apreensões ao recolher 461 aves, entre os dias 12 e 22 de junho, além de aplicar 17 autos de infração, totalizando R$ 110.500,00 em multas. Todas as penalidades foram relacionadas à manutenção ilegal de animais silvestres, principalmente aves cativas.
Além do ICMBio, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e o Batalhão de Polícia Militar Ambiental atuaram na ação, que ocorre desde 2017, no âmbito da Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Murici e Estação Ecológica (ESEC) Murici.
Mesmo
com as fortes chuvas, que obrigaram as equipes a concentrar seus
esforços nas áreas urbanas, 461 aves, cinco jabutis e duas carcaças de
animais abatidos (um teju e um jacaré-de-papo-amarelo) foram recolhidos
pelas autoridades.
Entre os itens apreendidos estavam 11 armadilhas do tipo tatuzeira e duas espingardas. As espécies de aves mais resgatadas foram papa-capim e canário-da-terra. A cidade de Messias se destacou, sendo responsável por um terço de todas as aves apreendidas. Também foram confiscadas três aves ameaçadas de extinção: o pintassilgo-do-nordeste, o papagaio-chauá e o sete-cores, também conhecido como pintor-verdadeiro.
Materiais ilegais foram apreendidos e destruídos pelos agentes. Divulgação
“A
Operação Curupira nasceu com o propósito de proteger as florestas e,
principalmente, os recursos hídricos de dez municípios da Zona da Mata
alagoana, abrangendo a APA de Murici, criada em 1997”, explica o chefe
da Estação Ecológica (ESEC) de Murici, Marco Freitas, que atuou na
operação.
“A região da APA inclui municípios como Messias, Murici, Branquinha, União dos Palmares, São José da Laje, Ibateguara, Colônia Leopoldina, Novo Lino e Joaquim Gomes. Além disso, três desses municípios - Flexeiras, Messias e Murici - fazem parte de uma unidade de conservação de proteção integral chamada Estação Ecológica Federal de Murici, criada em 2001”, detalha.
Ele
destaca que a união de esforços entre os órgãos de fiscalização e
forças policiais contribuiu para o sucesso da operação, que deve
continuar.
"Nesta edição da operação, focamos nas cidades da área de proteção, que são centros de consumo de aves cativas e carne de caça. Realizamos um trabalho de inteligência para descobrir onde os animais são guardados e comercializados. Visitamos casas de caçadores, efetuamos prisões, apreendemos armas e destruímos carcaças de animais", conta.
Diversas espécies eram mantidas em cativeiro para comércio e criação ilegal. Divulgação
Durante a
operação, foram destruídas 600 gaiolas e armadilhas de caça. A
expectativa é que a atuação dos órgãos contribua para a redução da
captura ilegal de espécies ameaçadas e protegidas.
"Nosso objetivo é continuar avançando com a educação ambiental, principalmente nas escolas da região, para promover a mudança de hábitos e a preservação da fauna local”, finaliza Marco Freitas.
Além de armadilhas, armas e estilingues também foram recolhidos. Divulgação