Bolsonaro acompanhou atentamente as manifestações de todos os ministros. Em diversos momentos, evitou olhar para o relator do processo, Alexandre de Moraes, especialmente enquanto o ministro do STF analisava as supostas ilegalidades apontadas pela defesa do ex-presidente e do general Braga Netto, preso desde dezembro do ano passado.
Bolsonaro focou sua atenção em Moraes apenas durante as últimas votações do dia, sobretudo quando o ministro rejeitou argumentos da defesa sobre supostas irregularidades na delação do ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid.
Quando Moraes afirmou que a colaboração de Cid com a Polícia Federal (PF) não teve ilegalidades, pois foi firmada de forma voluntária, Bolsonaro cochichou com seus advogados.
O ex-presidente manteve a seriedade durante toda a sessão e não riu em momentos de descontração entre os ministros, especialmente durante as brincadeiras trocadas entre Flávio Dino e Cármen Lúcia.
Bolsonaro optou por não falar com a imprensa, tanto na entrada quanto na saída do evento. O ex-chefe do Palácio do Planalto retornará na continuação do julgamento da denúncia, nesta quarta-feira (26/3)
Apesar da análise da denúncia da PGR, ainda não se trata do julgamento de mérito da questão. Os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino não vão dizer se os acusados são culpados ou se devem ser presos.
Trata-se do recebimento ou não da denúncia. É uma avaliação preliminar sobre o caso, quando os ministros dizem se há indícios mínimos na investigação.
Se o colegiado entender que sim, existem indícios, será aceita a denúncia. Assim, os acusados pela PGR viram réus e será aberta ação penal contra eles. A partir disso, começa a instrução do caso, com depoimentos dos réus e das testemunhas. Somente depois de toda a instrução, ocorre o julgamento dos fatos.