A 4ª Vara da Comarca de Penedo confirmou que os réus Mary Jane Araújo Santos e Karlo Bruno Pereira Tavares serão submetidos a júri popular nos dias 23, 24 e 25 de abril, sob acusação do homicídio de Roberta Dias, ocorrido em 2012. O julgamento será presidido pelo juiz Lucas Dória e ocorrerá no Fórum de Penedo, em Alagoas.
Segundo
o magistrado, o público poderá acompanhar as sessões, desde que
respeitada a capacidade máxima de assentos no plenário. Para acessar o
local, será necessário realizar um cadastro presencial, no próprio dia
da sessão, a partir das 7h30.
Restrições e regras de acesso
Em nome da segurança e da preservação do julgamento, não será permitida a transmissão de sons e imagens — seja presencial ou virtual — por qualquer pessoa, incluindo veículos de imprensa. O uso de celulares também está vetado no interior do plenário. Todo o conteúdo da sessão será registrado exclusivamente pelos meios oficiais do Judiciário, integrando posteriormente os autos do processo.
A atuação da imprensa será garantida, com acesso liberado às dependências do prédio do Fórum. No entanto, não será possível captar imagens ou áudios do julgamento em andamento. Entrevistas e transmissões ao vivo poderão ocorrer apenas nas áreas públicas do prédio, desde que respeitados os direitos de imagem e privacidade de acusados, jurados, testemunhas, familiares e demais envolvidos que optem pela reserva.
O juiz Lucas Dória também assegurou que os advogados envolvidos no julgamento terão todas as prerrogativas garantidas, conforme previsto no Estatuto da Advocacia. A eles será reservado espaço no plenário, limitado pela capacidade física do ambiente.
Por fim, o magistrado fez um apelo à população e às partes interessadas: “Espero poder contar com a colaboração dos presentes para o bom andamento dos trabalhos e a preservação dos interesses da Justiça”.
Relembre o caso
A jovem Roberta Dias, de 18 anos e grávida de três meses, desapareceu após sair de casa para uma consulta médica em Penedo. A última vez que Roberta foi vista foi em um ponto de ônibus, após sair de uma unidade de saúde.
As investigações apontam que ela foi sequestrada e levada até um local deserto, onde foi asfixiada com um fio de som de carro. Depois, teve o corpo enterrado em uma cova rasa. A ossada de Roberta só foi encontrada nove anos depois do crime, na cidade de Piaçabuçu.
Durante as investigações sobre o desaparecimento da jovem, surgiram evidências de que ela foi assassinada para interromper sua gravidez de três meses. Testemunhas relataram que Saulo, pai do bebê, e sua família pressionaram Roberta a fazer um aborto. Segundo a denúncia do Ministério Público, Saulo e Karlo Bruno teriam sequestrado e asfixiado Roberta.
Mary Jane, mãe de Saulo, é apontada como a mentora e financiadora do crime, tendo feito ligações durante o ato que indicam sua participação na orquestração do assassinato. Ela chegou a ser presa em 2013 por 61 dias.
Em 2018, um laudo da Polícia Federal confirmou a autenticidade de um áudio em que Karlo Bruno confessa o crime, dizendo que matou Roberta a pedido de Saulo, que não queria o filho e temia a reação do próprio pai.