Durante a sessão ordinária desta terça-feira (29), o deputado estadual Cabo Bebeto (PL) criticou os desvios financeiros identificados na estrutura do INSS, alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada na última semana. Em seu discurso, o parlamentar lamentou que aposentados estejam sendo prejudicados por fraudes em nível nacional.

“Aquele dinheirinho que é descontado do seu salário, muitos não sabem nem por que, estava indo para o bolso de alguém”, afirmou o deputado. Ele destacou que Alagoas está entre os estados onde há suspeitas de envolvimento de agentes locais. “Infelizmente, Alagoas é um desses estados e provavelmente tem gente daqui envolvida nesse esquema nacional”, pontuou.

A operação cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária em três estados. Entre os investigados, estão servidores públicos e o próprio presidente do INSS, que foi afastado do cargo. Os envolvidos podem responder por corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, violação de sigilo funcional, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Resposta da oposição

Em contraponto, o deputado Ronaldo Medeiros (PT) rebateu as críticas ao governo Lula. Segundo ele, as fraudes no INSS começaram na gestão anterior e só agora estão sendo investigadas. “O presidente anterior foi alertado sobre as fraudes e nada fez. Foi conivente. Só agora, no governo Lula, isso foi apurado e vai ser punido”, disse o petista, destacando que o atual governo permite apuração de casos e o afastamento de nomes de alto escalão.

Consórcio Nordeste também foi citado

Cabo Bebeto também voltou a falar sobre o caso dos respiradores adquiridos pelo Consórcio Nordeste durante a pandemia de Covid-19. Ele afirmou que o prejuízo aos cofres públicos ultrapassa R$ 48 milhões, pagos à empresa Hemp Care em 2020, sem que os equipamentos fossem entregues.

“Essa corrupção ocorreu em um período muito difícil, onde o mundo sofreu, e nem isso foi suficiente para pararem de roubar”, declarou. Segundo o deputado, reportagens apontam que os recursos foram usados para despesas pessoais, como compra de carros de luxo, pagamento de faturas de cartão, viagens e mensalidades escolares.