STF julga recurso de Carla Zambelli para anular condenação
Julgamento será feito de forma virtual pela Primeira Turma
Publicada em 06/06/25 às 09:41h - 9 visualizações
por Rádio Lobo Web com Agência Brasil
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(Foto: STF julga recurso de Carla Zambelli para anular condenação - Foto: Lula Marques/ EBC)
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta
sexta-feira (6) o recurso apresentado pela defesa da deputada Carla
Zambelli (PL-SP) contra a decisão que a condenou a dez anos de prisão
pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), ocorrido em 2023.
O julgamento está previsto para começar
às 11h e será realizado de forma virtual pelos ministros da Primeira
Turma da Corte. O colegiado é formado pelo relator do caso, Alexandre de
Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano
Zanin. A votação ficará aberta até às 23h59.
Também será
analisado recurso do hacker Walter Delgatti, condenado a 8 anos e 3
meses de prisão no mesmo processo. Segundo as investigações, a invasão
eletrônica foi executada por Delgatti e ocorreu a mando de Zambelli.
O
recurso foi protocolado no STF antes de Carla Zambelli fugir para a
Itália para evitar o cumprimento da pena. No início desta semana, ela
saiu do Brasil com destino aos Estados Unidos. Na manhã de ontem (4), a
deputada chegou em Roma, onde deve permanecer. Ela tem dupla cidadania.
Repercussão
Caso
o recurso seja rejeitado pela maioria dos ministros, Moraes poderá
determinar a execução da condenação da deputada. Dessa forma, a prisão
de Zambelli deixaria de ser preventiva e passaria a ser motivada para o
cumprimento da pena.
Além disso, a perda do mandato pode ser
decretada em função da condenação, e a Câmara dos Deputados não vai
precisar decidir se a deputada deve ser presa ou não.
De acordo
com a Constituição, os membros do Congresso Nacional não podem ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, que é o caso de
Zambelli. No caso de prisão preventiva, a palavra final seria dos
deputados.
A prisão para cumprimento de pena também deve
minimizar as alegações de perseguição política contra a deputada e
facilitar o embasamento jurídico para um eventual pedido de extradição.
Em
casos semelhantes, a Justiça italiana autorizou a extradição de
cidadãos de dupla nacionalidade, como o ex-diretor do Banco do Brasil
Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão.
Recurso
No
recurso, a defesa pede a absolvição da deputada e afirma que houve
cerceamento de defesa pela falta de acesso a todas as provas produzidas
durante a investigação.
Os advogados também contestaram a condenação de Zambelli ao pagamento de R$ 2 milhões em danos coletivos.
"Não
há critérios objetivos que possam quantificar e precisar, ainda que
grosseiramente, o prejuízo sofrido pela administração da justiça, de
modo que a fixação de indenização em patamar milionário decorre de
discricionariedade do julgador sem amparo em critérios objetivos",
afirmaram os advogados.
Após a fuga, o advogado Daniel Bialski
deixou a defesa da deputada. Moraes determinou que a defesa seja feita
pela Defensoria Pública da União (DPU).
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